O Ano de 2023 está chegando e com ele a necessidade de pensar novos formatos para a educação nas cidades. Seja pública ou privada, seja etapa de educação infantil, ensino fundamental, médio ou superior, precisamos com muita urgência reformar o modelo de aprendizagem e desenhar novas jornadas, novas possibilidades, novos formatos e o resgate importante de alguns objetivos.
Inovar não é contratar um aplicativo mágico, não é abrir mão de que alunos aprendam ler, escrever, calcular. É sim compreender quais são os principais desafios que hoje não nos permitem avançar. Como combater a evasão escolar? Como reduzir o número de alunos que não se alfabetizam? Como tornar a aula mais divertida? Como formar os professores e valorizá-los com um plano de carreira compatível com a importância do ofício? Como auxiliar os diretores das escolas com ferramentas de gestão e métodos ágeis? O fato é que na maioria das vezes não conseguimos avançar, pois acabamos gastando nossas forças na discussão do problema. Pensando nisso a Wise se debruçou em provocar o debate sobre soluções possíveis que podem trazer novas possibilidades para 2023, já em janeiro.
1 - Mudar o modelo mental criado pelo Sistema de Ensino, para uma mentalidade de Ecossistema de aprendizagem.
Esse passo é fundamental. Secretários e Secretárias Municipais de Educação precisam quebrar a lógica trazida pela constituição dos sistemas de ensino, das redes públicas municipais, para uma lógica de Ecossistemas de aprendizagem. Não faz sentido compartimentar em público e privado, atribuir ao Município a educação infantil e fundamental, ao Estado o Ensino médio e técnico, ao governo federal o ensino superior, se o cidadão desde o berçário até a melhor idade é o mesmo. Partindo dessa lógica, precisamos ampliar a lente para um Ecossistema que interage e se articula para disponibilizar aos cidadãos processos de aprendizagem para todas etapas da vida. Uma articulação entre todos setores inclusive, pois empresas, terceiro setor, poder público, universidades, habitam os mesmos territórios e possuem objetivos em comum.
2 – Não dissociar Escola, currículo, aulas, Professores de objetivos de vida, trabalho, empreendedorismo.
Em um mergulho rápido em outros países, percebe-se que o segredo do sucesso da Finlândia, Singapura, Coreia, Estônia, está em não dissociar os objetivos dos seus Ecossistemas de aprendizagem com a formação de futuros profissionais, trabalhadores e empreendedores. A Escola não pode ser uma ilha, ela tem de estar conectada com as necessidades do mundo e de seus alunos. Portanto, aprender a escrever, ler, raciocínio lógico, autocuidado, resiliência, plano de vida, desenvolvimento de competências e habilidades para o futuro do trabalho, devem ocupar papel central.
3- Focar em processos de aprendizagem direcionados para resultados e evidências.
Dados, resultados positivos, monitoramento e mecanismos de avaliação. Estes devem ser mantras para gestores educacionais. Não iremos construir Ecossistemas de aprendizagem melhores sem compreender em que devemos melhorar, sem a avaliação de todos usuários, sem formar professores para uma educação orientada por resultados.
4- Acreditar na política de educação integral e desenvolver jornadas de aprendizagem inovadoras e focadas no empreendedorismo.
Desde a década de 90 esse tem sido um desafio no Brasil. Porém, mais tempo na escola não necessariamente significa resultados positivos. O desenho de uma jornada de turno inverso que contemple o aprender a aprender, o aprender a fazer, ser e conviver, que permita aplicar o conhecimento adquirido na aula de matemática no desenvolvimento de um aplicativo por exemplo, ou o conhecimento adquirido em Português e na aula de inglês no desenvolvimento de um produto digital global, o conhecimento adquirido na aula de ciência se materialize em aprendizado para operar uma impressora 3D. O turno inverso é um tesouro escondido. Aliás, uma dica importante, vamos parar de chamar a educação integral de contra turno, não estamos separando turnos e sim complementando o processo de aprendizagem.
5- Promover a transformação digital dos serviços educacionais e o modelo de gestão.
Acabar com o papel. Tarefa difícil, mas necessária. Chamadas no papel, matrículas no papel, plano de aula no papel, notas e boletins no papel, processos administrativos no papel. Precisamos sair de um modelo de gestão que atualmente é 90% analógico e 10% digital, para um modelo 70% digital e 30% analógico. Isso permitirá aos gestores tomar decisão orientada por dados, facilitará o trabalho de professores, aproximará pais. Você deve estar pensando, mas quem não sabe trabalhar em ambiente digital? Formação adequada para eles e tempo para adaptação. E os Pais que não estão adaptados ao ambiente digital? Terão sempre a opção do analógico, mas com infinitas possibilidades no digital.
6- Investir na transformação completa do ambiente escolar, iniciando pela arquitetura e reformulação dos espaços.
Queremos que os talentos sejam criativos, livre, colaborativos. Mas as Escolas seguem um padrão de arquitetura incompatível com esses objetivos. Inúmeros estudos apontam o impacto da arquitetura escolar nos processos de aprendizagem, mas pouco se faz sobre isso. Então é chegada a hora de transformar a velha sala dos professores em Coworkings, os velhos laboratórios de informática em espaços maker, as velhas Salas de aula em espaços cheio de cores e vida, os pátios com a grama seca, por cortar em ambientes cheios de vida e paisagismo. São infinitas possibilidades.
7- Investir em conectividade, WIFI liberado para todos, acesso de conteúdo controlado.
Antes de comprar Tablets e Computadores para todos o caminho é investir em infraestrutura de rede, Wifi, 5G, enfim, garantir que toda comunidade escolar faça uso da internet. Uso adequado obviamente. Isso permitirá que ferramentas digitais possam ser utilizadas adequadamente, que aulas possam ser gravadas e transmitidas em tempo real, que a realidade aumentada e virtual possa servir para o apoio aos processos de aprendizagem de crianças especiais.
8 – Precisamos de uma verdadeira Revolução na educação infantil.
Por muito tempo a educação infantil foi tratada no diminutivo. Escolinha, Creche, um lugar para deixar os filhos enquanto os pais trabalham. Isso precisa ser eliminado do imaginário popular. A infância é talvez a principal etapa do desenvolvimento humano. Até os 06 anos as crianças desenvolvem importantes dimensões e percepções sobre a vida. Métodos que estimulam autonomia, experiências, raciocino lógico, enfim Crianças como protagonistas e seu desenvolvimento em todas as suas linguagens: expressivas, comunicativas, cognitivas, éticas, lógicas, imaginativas e racionais.
Acreditamos que não existirá desenvolvimento sem transformações estruturais no modelo vigente de educação. Gerar, atrair e manter talentos é indiscutivelmente o principal pilar para a construção das cidades do futuro. Então, como 2023 é logo ali, vamos começar acelerando essa mudança?
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